
Por que me tornei fotógrafa de parto?
Compartilhe
Por que me tornei fotógrafa de parto?
Minha busca pela fotografia de parto, veio do desejo de trazer visibilidade às mulheres que buscam seu protagonismo e levantar a pauta da violência obstétrica, tão presente em nosso sistema.
Eu fotógrafo partos pela causa, pela ideologia e como forma de militância.
Eu estudei muito sobre parto, e especificamente sobre o parto humanizado, justamente por nunca ter passado por essa experiência.
Fui em busca de informação e conhecimento.
Resolvi optar pela formação como Doula para aprofundar ainda mais.
Hoje sei o papel que cada um desempenha no parto; o porque as mulheres buscam por esse nascer; os benefícios e ‘para ques’ dessa escolha; como funciona; e tudo me trouxe mais confiança de levantar a bandeira a favor do nascimento respeitoso e decisão de escolha da mulher, retomada de seu protagonismo.
Com a trajetória, fui vivenciando cada história em particular, e assistindo ao renascimento de cada mulher.
Apesar do parto ser um evento imprevisível, e cada nascimento ter sua história em particular, me preparei para estar presente e fazer parte do momento da família que me escolher como sua fotógrafa.
O que também me fascinou e despertou esse papel, foi a grandeza do divino, da força da natureza, da potência da fisiologia do corpo da mulher, e em estar ao lado de pessoas que trabalham e acreditam que o nascimento pode transformar pessoas, e assim, transformar o mundo.
Lido com a depressão, desde os 17 anos. Muitas vezes, eu não acreditei que daria conta, e dei. Muitas vezes, achei que não conseguiria e meu querer me fez persistir e conquistar mais um dia.
A fotografia de parto, me despertou uma nova perspectiva sobre eu mesma, e sobre o mundo.
Essa descoberta me levou a empreender e dar origem s minha empresa, Prosa e Fotografia.
Eu me vejo em cada história.
Eu me vejo em cada mulher. Em cada grito, urro, choro, exaustão, entrega, em cada desacreditar.
Me sinto conectado com esse turbilhão de sensações e sentimentos que o parto desperta.
Eu me permito sentir junto, viver junto, vibrar junto e caminhar ao lado dessa mulher.
É um privilégio e uma honra, presenciar a transformação de cada família.
Tenho muita sorte, pelo universo ter me feito ‘esbarrar’ e me entregar a fotografia!
Acredito que meu propósito seja servir pessoas através do meu olhar, e despertar questões, ressignificar momento e trazer novas perspectivas que lhe façam acreditar em seu melhor!
Posso entrar?
Posso me sentar?
Vamos juntas? Vamos juntos?
Por Juliana Rosa - @prosaefotografia















